É preciso falar sobre inclusão

Evento discute políticas públicas para pessoas com deficiência

"

Ir até a escola nem sempre foi uma tarefa simples para Andress Bonatti Pranke, 14 anos. O adolescente, que tem Síndrome de Down, já sofreu bullying e discriminação de colegas. Com as dificuldades em ter dias tranquilos no colégio, ele passou a demonstrar insegurança e não queria mais ir para a aula. Sua mãe, a estudante Elisângela Bonatti Pranke, 39, conta que até o sono do filho já não era tranquilo. Depois de um tempo, o problema foi descoberto, e Andress trocou de escola. Mas ele ainda tem dificuldades em frequentar a instituição regular. Entre as coisas que mais gosta, estão as idas até a Associação Colibri, que ele começou a frequentar neste ano, e aos dois grupos de apoio que costuma ir toda semana.

– Quando começou a ter problemas, ele ficou agressivo e agitado. Éramos chamados na escola várias vezes. Custamos a descobrir o que era, e ele perdeu o interesse em ir para a aula. Até hoje, ele fica um pouco acanhado – conta a mãe.

Por causa de histórias e situações como a de Andress, foi criada e está em sua segunda edição a Semana Municipal em Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência. Desde a última sexta-feira, a Câmara de Vereadores e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) são locais de debate, palestras, cinema, apresentações e esportes, sempre valorizando a inclusão social e as políticas públicas que facilitem a integração.

– É importante discutir a temática porque sensibiliza a comunidade à questão da inclusão. Também é importante porque há maior conhecimento de políticas públicas e os direitos que a pessoa com deficiência têm, em questões como inclusão e acessibilidade – defende Arlei Peripolli, coordenador de educação especial da Secretaria Municipal de Saúde.

Os pais de Andress lembram que, apesar do problema em uma das escolas que passou, o filho contou com apoio e suporte de profissionais capacitados e que isso transformou a vida do garoto. Para eles, há muitos avanços que ainda precisam ser feitos para melhorar a inclusão.

– Tenho esperança que muita coisa vá mudar na questão da inclusão, mas é preciso deixar de ser só lei e virar prática – diz Elisângela.

O pai de Andress, Otávio Pranke, completa:

– É um caminho solitário, mas sempre se encontram pessoas maravilhosas e que ajudam.

"

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Divulgadas datas do vestibular de verão da Unifra

Próximo

Bebê de 12 dias é salvo de afogamento em Cachoeira do Sul

Geral